segunda-feira, 31 de maio de 2010

A TUA PISCINA TÁ CHEIA DE RATOS, MEU FILHO

Ontem quando deitei (mais uma vez, hahaha é impressionante como a inspiraçao só vem quando eu vou dormir) minha cabeça foi a mil com um tema nao tao conveniente. Desde meu ultimo post, fiquei pensando na infinidade de coisas as quais eu poderia escrever sobre, mas nao fazia a mais remota ideia do que poderiam ser. (Isso porque se voces nao repararam, EU FIZ UMA PROMESSA NO ULTIMO POST. Beijos)
Prometi que só iria falar de coisas positivas (ou seja, qualque coisa que nao mencione AQUELE assunto, já é demasiado positivo), mas eu estou tao acustumada a falar de meu ex-sofrimento-sarcastico que soa até estranho. E em geral diga-se de passagem que sou uma pessoa bem feliz. Até demais.
Com esse dilema, me encontrei questionando minha intensidade. Uma palvra nao só em si intrigante, como envolve um milhoes de sentimentos paralelos, alguns que muitos homo sapiens desconhecem (estou nesse bonde).
Aí pensei: ''Esse sim é um assunto que domino bem!!!! Porque a minha nao só me rendeu alguns sorridentes $$, como lido tao bem com ela (ou tao mal, depende do ponto de vista) que muitas foram as vezes que tornei-a uma fonte de inspiraçao, comecei involuntariamente a ''crescer'' as coisas e tirei proveito disso (leia-se que me fudi muitas vezes tambem).
Se voce nao entendeu xongas de pitibiriba até aqui, vou explicar melhor (mas sem muitos detalhes): eu escrevi uma historia. Cof, algo remotamente parecido com o que chamamos de... livro. É é é é... 580 paginas da reuniao sagaz de todos os meus sentimentos sobre uma pessoa que no longer existe. Acho que nunca de fato existiu, e sim um alguem tao bem trabalhado pelo meu inconsciente atormentado e intenso que nao passou de um sonho bem do doido. Ou uma realidade bem próxima (essa explicaçao é meio relativa se voce sabe a real versao dos fatos).
Do mesmo jeito que encontrei um produto positivo para engajar meu temperamento, muitas vezes eu me sinto que nem cego em tiroteio (coisa tipica nojenta adolescental), minha sensaçao de sufoco é tao louca que eu realmente por alguns segundos desaprendo a lidar. E eu tenho até uma estratégia contra mim mesma!!!! Sou praticamente as forças armadas no iraque da intensidade (alias, essa foi uma frase intensa).
Acredite colega, tudo pode começar com um comercial de fraldas, propagar para uma musica (nessa hora voce pensa: ''típico..''), a cena de um filme, um sonho, uma foto. Quando eu vejo já estou completamente entregue a droga do momento, minhas orelhas literalmente começam a arder de afliçao de mim e sempre fico a um segundo de chorar que nem um bezerro, mas nao choro. Engulo aquela uuuurrg e levo adiante: a vida nao pode ser assim.
A lágrima em si é o maior e melhor reflexo de nossa intensidade.
A gente sempre acha que chora pelo momento, pela situaçao, mas nosso consciente relaciona mil outros fragmentos e fraturas iguinoradas ou engolidas, e aquelas gotinhas se misturam com tudo o que foi guardado e de repente saem em uma quantidade proporcional ao nosso aperto.
O fato de acharmos que ''superamos'', já é um sinal de que aquilo ainda paira no pensamento. Porque convenhamos minha filha, ninguem que realmente supera alguma coisa pensa/fala: ''UHUUUULLLLLL SUPEREI GALERAAAA''.
Quando acontece, e nem vem discordar de mim, a gente nao pensa nada disso.

Entao entre nao pensar e ser intenso, é tudo uma questao de dia e humor pra mim. Hoje por exemplo estou em um dia apático drogado sonolento como os outros 200 que passarei durante o ano. Já nos 165 dias e 6 horas restantes, estarei/estive a ponto de quebrar minha televisao com meu crânio, tudo porque eu sempre quero MUITO entender (isso consiste tambem em achar uma cura) o que se passa dentro de mim mas esqueci de comprar a droga do meu manual de instruçoes.

CONCLUSAO (hora dos ebas alheios): Ser intenso muitas vezes pode ser o fim da picada (pode acabar com seu romance antes mesmo de começá-lo, pode fazer voce considerar suicídio mental e social por adorar odiar seres humanos, pode fazer voce acabar aumentando tudo e todas as situaçoes involuntariamente, pode até fazer voce achar que provavelmente vai cair dura que nem pedra de tanta saudade que voce sente de alguma coisa, quando todo mundo - e até voce - sabem que voce vai sobreviver..) mas tambem pode ser muito bom, pode até te fazer um bilhonário como a stephanie fucking mayer!!!!!!!!!!!!!!!!


O lado positivo da questao ocasionalmente aparece pra mim (só quando estou no meu dia apático - o que repare: eu estou) e isso é bom, legal, e nada intenso.




''Disparo contra o sol, sou forte, sou por acaso. Minha metralhadora cheia de mágoas, eu sou um cara.''

















ENQUETE AMINAL:
PONHO OU NAO UM CAPITULO DO LIVRO AQUI?
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terça-feira, 25 de maio de 2010

Me voy bien, gracias

Fiquei horas digitando um post pra essa semana, e quando acabei, mudei de idéia completamente sobre posta-lo. Decidi criar esse aqui e adiar o outro, afinal ainda não está na hora de mudar de assunto, pelo menos não pra mim: acho que só vou deixar de vez pra lá quando cansar de vez. E acredite querida, não estou longe.
O fato é que ontem, plena segundona de sol e frio, cheguei a algumas conclusões que preferia ter deixado quieto lá no fundo de meu subconsciente obscuro. Hoje vim falar de semelhanças, uma coisa que me desagrada tanto quando matte com limão e Banda Calypso.
No dicionário, semelhança está descrita simplesmente como ‘’qualidade de semelhante; parecença’’. Mas na minha grande sabedoria, eu vejo semelhanças como o componente principal para DESASTRE.
Veja bem, já dizia o zodíaco que pessoas de mesmo signo ou se dão muito bem ou querem se matar. Matar ou morrer, tão ridiculamente compreensível como atirei-o-pau-no-gato. Porém, se expandirmos nossos horizontes conseguiremos compreender a minha (!) pobre situação. Ou não.
Toda semana eu venho aqui, decupo toda a minha frustração por ter perdido (ou nunca ter realmente tido) a chance da minha vida com o garoto da minha vida que agora resolveu virar tapete persa pra uma imbecil de quinta pisar sem dó nem piedade (HAHAHAHHAHA, EU FINGINDO QUE TENHO PENA DELE). O engraçado nessa historia – porque é sempre bom olhar o lado positivo, pessoal- é que ele deve vir aqui toda semana e passar mal de rir as minhas custas. ha ha ha


Mas antes dessa segunda feira de calor e frio, eu nunca tinha DE FATO entendido porque diabos, demônios e satanás do mundo, PORQUE, de 180 milhões de habitantes, eu gostava logo DELE. Mais frustrante que toda a minha comum e rotineira frustração é que ao deitar minha cabeça ontem no meu travesseirinho fofo, é que a resposta para o problema da minha vida, veio.
Para meu mundo de dúvidas, essa era a mais freqüente. Parecia complexa demais, por isso empurrei com a barriga por tanto tempo.
Essa resposta tão infinitamente quântica dura aproximadamente 1 segundo e meio de nosso pensamento lógico até absorvê-la, 3 palavras, 5 sílabas, 13 letras e irrita: Ele me entendeu.
Por cada segundo de quando tudo era bom ele me acolheu, riu, concordou, fez com que eu me sentisse menos sozinha, e de todas as milhões de justificativas que eu pareço ter para puramente odiar amar cada célula escrota dele (e todas sabemos que é porque agora ele caga pra mim, dããããw), encontrei a única boa contradição que foi o suficiente pra matar a minha pobre tese: companheirismo. E quando isso acabou, quando ele já não se importava mais em gostar de mim do jeito que eu sou, a historia parou de soar bonita e de novo, a incompreensão voltou. OHH, o mundo novamente não parecia me entender. Mas a verdade era que eu gostava demais que ele me entendesse e defecava pro que o resto pensava. Afastou-se. Afastei-me. Logo a pessoa que eu mais queria motivos para estar perto.

Ah! E não pense que isso foi um empecilho que fosse me fazer desistir de trazer ele pra perto novamente. Nananananão. Eu tentei tudo! Skype, telefone, MSN, força do pensamento, atabaque, encontros em padarias, festas, ruas desertas e até pra outro país eu resolvi ir a fim de aproveitar os segundos que me foram concedidos. Tanta capachice que até me enjoa (nessa hora eu fingo que estou contando a historia de alguém que eu conheço, e não a minha própria, heheh). Magoei demais a pessoa que mais merecia o meu valor por esse capricho que a ‘’outra’’ já me tirou faz tempo: só e simplesmente provar que eu conseguia estar na frente dela.

MAS ONTEM, segunda avulsa na vida, depois de escutar sobre ‘’tartarugas paraguaias daquele time de mierda’’ (ok. Agora ele fatalmente vai saber que é pra ele) depois da meia noite (e minha paciência já tinha ido dar uma volta de lancha em júpiter) e quase começar a chorar que nem um bezerro porque eu realmente doloridamente não agüentava mais de saudade dele e não queria sentir isso (!!!!), depois disso tudo, escutei ele dizer uma única frase, a única aparentemente capaz de afundar tudo o que eu sentia por ele (que era tão real quanto o fato do Adriano cheirar cocaína). Quem escutou nosso papo racional de fora, não entendeu chongas, mas estalou na minha cabeça na hora, meu bem.
Ele teve a audácia de duvidar da resposta lúcida que eu dei a ele.
Senta lá, querido.

Ele parou de me conhecer de verdade (He, porque antes ele fingia e eu acreditava). Quando eu saí de perto, com a sensação mais libertadora da década, tive a certeza absoluta de que nunca mais viria a esse blog procurar um porque que eu não fui ‘’boa o suficiente’’ pra ele, quando na verdade o padrão que ele exige é tão decadente que eu realmente sempre me acharia inferior, sem entender.
Também nunca, nunca mais virei aqui falar dele.
Tem certas coisas que não merecem nem minha meia dúzia de embolação aqui.
Desculpe quem gostava desse assunto, mas lavei minha alma meus amores, agora eu só falo de coisa prafrentex!
OVERRRRRR, adiós muchachas.

domingo, 16 de maio de 2010

Hanging so high for your return

Esse deve ter sido o provavel melhor final de semana da minha vida. Isso é bem forte e sério, comparado ao final de semana que eu citei em um outro post, um que foi igualmente muito bom. Recapitulando, dormi e acordei pensando naquele beijo imbecil que nao era pra ter acontecido, mas aconteceu. E foi pro bem, eu acho: depois de algumas noites que eu sonhei com ele e com o que eu ainda queria dizer, cessou. A minha vida tinha entrado finalmente no eixo, e agora era tudo novo, eu poderia começar do zero sem levar esses probleminhas pra frente.
Depois do beijo, eu simplesmente nao conseguia pensar na outra pessoa, que convenhamos tambem é um puta problemao, mas um que eu sei que fui EU que criei. Achei que tinha sido um presente de Shiva, sei la, uma bençao. E ai me pergunto: porque existem musicas as quais esses momentos se apegam? Que por alguma razao, mesmo que nem estejam tocando na hora, te lembram de tudo que passou? Dessas que te sufocam, que sem querer te levam pra outra dimensao, te fazem lembrar daquelas coisas boas, fecham seus olhos instintivamente, aquelas musicas que voce jura que está vivendo tudo de novo. Nao que viver de novo seja bom, mas... tá, seria bom.
E toda vez que essas musicas tocam eu lembro que eu queria estar vivendo uma vida onde eu me ponho em primeiro plano. Uma que eu possa superar, e nao voltar nesse assunto de vez sabe? Porque eu fico com ciuminhos bobos ainda, fico desejando que... que ele fosse alguem pra chamar de meu. Mesmo depois do beijo com o problema numero 1. Mesmo depois de tudo que eu ja sofri e suportei. Ainda assim fico que nem uma idiota escutando musicas idiotas e lembrando de coisas idiotas nossas, e pior, curtindo. Curtindo a sensaçao que minha cabeça tem de estar literalmente, sonhando. Porque é isso que minha relaçao com ele é: um sonho. Nunca existiu de verdade. Foram meses e meses de um romance que a gente inventou mas que nao passou disso. Nunca nem colocamos a vontade necessaria pra que desse certo, tinha sempre um se esquivando. As pessoas estao constantemente fora de sintonia, e isso é tao triste. Porque amar deveria ser reciproco pra todo mundo, e nao um sofrimento, um martírio.
Eu nao quero amar se for pra ser uma tortura. Eu nao quero nem acreditar em amor.
Ele diz ter todas as respostas pro ritmo acelerado onde tudo deu errado, mas eu só vejo uma pessoa tao perdida quanto eu, definhando de amores por um outro alguem que tambem está fora de sintonia. Nao consegue fugir dessa realidade. Minha realidade por ele e a dele por ela. E COM CERTEZA a dela por outro.
Nessas horas eu lembro que eu me importo demais. Eu deveria deixar pra lá, focar toda essa frustaçao em um outro assunto, mas sabe porque que eu simplesmente nao consigo? Porque quando a gente ama alguem de verdade, toda vez que vemos ele sofrer é como se um zilhao de facas entrassem devargarzinho na nossa pele, e pra mim isso é o pior que pode me acontecer. Eu quero ele feliz, mesmo que esse feliz nao seja comigo. E eu sei que eu faço um outro alguem sofrer, um alguem way beyond mais perfeito que o meu grande problematico amor, mas nao omiti dele minhas condiçoes atuais. E eu sei que ele pensa da mesma forma que eu, me quer feliz.

Entrei ontem na festa e começou a tocar uma musica (A musica) que mais me lembra ele. Foi numa tarde maravilhosa, ele sorriu lindo, e naquela maldita hora eu SOUBE que nao teria volta e que eu estava nessa pra valer. Naquela maldita hora eu caí de amores por ele e a musica tocou. Um pedaço dela anda comigo todos os dias dentro do meu amuleto pra que eu nao esqueça que essa é uma coisa que eu nao posso controlar. E no dia que eu abrir mao desse maldito amor, eu vou esquecer o que tá ali dentro.
Nesse dia eu vou gostar muito mais de mim, nao deitar toda noite desejando sonhar com ele, nao ver o sorriso dele por aí, vou estar realmente segura do meu psicologico doentio de mim. Estou de saco cheio de mim.



Chá da Alice, mágico. Fiz esse texto mentalmente lá quando escutei a música, e lá perdi meu amuleto. Hora de deixa-lo (de vez) pra trás.



'Give it up, I can't give it up'





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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Entre muitos sorvetes e clarabóias

Os grandes acontecimentos do final de semana pareceram dar uma guinada de inspiração em mim. Fico aqui tentando medir palavras, mas de um jeito ou de outro preciso acabar soltando o verbo.
Alguém já teve a impressão do cosmo estar TOTALMENTE conspirando contra (ou a favor) de você? Como por exemplo, tudo aquilo que você faz uma força surreal pra esquecer, mas no final de cada verso de todas as musicas que tocam (juro, parece até que Iláriláriê tá te passando uma mensagem subliminar) parece que estamos presas a essa corda imaginária que instantaneamente nos leva a aquela nostalgia. A lembrança fica impregnada que nem caspa em cabelo sujo.
Liga a televisão: ‘’ahh, esse foi o ultimo filme que vimos juntos’’ (passei por isso essa semana), passa por uma quitanda de sorvete: ‘’ahh, o ultimo sorvete de abacaxi com brócolis que eu tomei foi com ele’’, passa por uma praia: ‘’ahh, ele se afogou aqui uma vez’’, pela sua casa, sua varanda, sua cozinha, sua cama quando ficaram vendo as estrelas pela clarabóia (tá, eu não tenho uma clarabóia, apesar de querer mttttttttttt), tem gente que até no banheiro lembra (o que não é o meu caso). E aí quando a gente fecha os olhos, mega feliz que vai poder dormir, fugir desse ciclo e só lembrar tudo de novo na manha seguinte, TCHARAM! Você SONHA com ele!
TEM ALGUM LUGAR QUE VOCE DEIXOU DE FORA DO SEU VUDU, MEU FILHO????? Algum lugar que eu te fato tenha um minuto de paz (isso consiste em parar de ver o seu sorriso idiotamente bobo lindo em cada esquina do meu bairro)?
Queria ter toda a força necessária para culpá-lo do meu psicológico arrasadoramente saudoso, mas la no fundo do meu black hole, eu sei que meus poros amam cada vestígio de lembrança, dessa sensação nostálgica de passado bom, como se a qualquer momento ele pudesse aparecer em uma nuvem montado em um cavalo branco pra que de fato o meu dia não passe de uma memória, e sim de realidade.
Tem dias que eu fico mongando, escutando aquela interminável playlist que me lembra coisas antigas, e tem horas que eu duvido da minha sanidade porque eu posso jurar que eu to vivendo tudo de novo! MEDO BEIJOS.
E O CHEEEIIIROOOO??????? Cara, cheiros foram criados pelo demo. Ainda mais quando dentro do seu armário 24 horas por dia, 7 dias na semana, o perfume que você (e ele) usa te encara.
Acho que fiquei paralizada nisso, MAS ONTEM estipulei uma meta pra minha vida (que parece estar funcionando a principio porque eu já to ate meio puta de pensar nele): para cada suspiro de pensadinha em qualquer coisa que envolva essa segunda pessoa, preciso escrever 10 vezes em um papel ‘’XÔ URUCA’’
MINISTERIO DAS DESOCUPADAS ADVERTE: para total eficácia do experimento é necessário comprar antecipadamente uma caixa de canetas bic, abastecer-se de paciência, e principalmente, repito, PRINCIPALMENTE não escutar NADA que envolva Stereophonics. (também apague do seu celular o numero do telefone dele) (mesmo que você saiba de cor) (isso também não é o meu caso).
Dessa maneira, não se preocupe: sua boca ocasionalmente vai sentir falta dele, seus braços irão se tornar inúteis por um curto período de tempo, porém viveremos em um mundo de tranqüilidade e paz de espírito e adiquiremos ate a capacidade de encontrarmos esporadicamente com ele na rua sem ter vontade de ejetar seu coração e pâncreas pelo nariz.

Eu sou tão romântica!


Nota da autora (ecou): depois de escrever esse post, serei obrigada a reperir 12 mil xô urucas por todas as pensadas que dei nele. Previna-se colega!





''I've said too much, I haven't said enough

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mais uma vez, Phil Collins.

Já citei aqui antes que ‘’in the air tonight’’ resume minha relação com uma certa pessoa. Cada fragmento daquela musica me remete a ele. Ou melhor, a nós. Posso citar todas as musicas que colaboraram para que eu escrevesse Aconteceu no Outono (SAP: uma de minhas historias chatonildas), mas como sempre, sobrou para os compassos de Phil Collins a parte mais crucial. E also minha parte favorita.
No sábado relembrei cada razão de ter escrito aquelas 437 paginas. A gente nunca espera pelas surpresas malignas do destino, e eu fui literalmente pega desarmada, completamente indefesa, pela exata mesma pessoa a qual me inspirou escrever cada sílaba dessa historia. Nossa historia.
Ele chorou, eu chorei, todo mundo chorou, finalmente depois de muitos meses de espera pude falar tudo o que estava engasgado na minha garganta, e tirei a jubarte que se alojou sobre meus ombros. Tudo que eu queria verdadeiramente era que tudo se resolvesse para o bem. O meu, de preferência. E o meu bem consistia em uma exigência simples, a qual por mais que meu lado emocional se negasse a aceitar, o racional lutava pra conseguir: em prol de nossos pobres corações ciumentos, chateados, inconformados, e do meu eternamente apaixonado, a nossa historia se resumiria a partir de agora só naquelas 437 paginas, e que a partir do momento que virássemos as costas, não haveria volta.
Isso me mata. Só o pensamento já me faz soluçar. Mas, como sempre, precisei deixá-lo ir, se não eu idiotaria por ele até meus 35 anos. A única pessoa que em 17 segundos consegue partir meu coração de 828 maneiras diferentes. Uma pessoa que consegue ser irmão, melhor amigo, filho, ladrão da minha paz, e só a pessoa por quem eu mais me perdi. E sem ele, também me perco.
Uma década disso, tá de bom tamanho.
Um dia eu me curo, boto fé no meu potencial. Hahaha, a verdade é que (e eu até citei isso via twitter) tirando a parte realmente errada em fazer (e querer fazer) isso, (digo, no meu caso), ficar com o possível amor de nossas vidas é fáaaaaaaaaaaacil.
Depois do ultimo gay abraço, do ultimo gay ‘’eu te amo porra’’, das minhas felizes ultimas lágrimas que graças a deus consegui me controlar em não soltar, e ele foi embora com os pés sujos de terra pra encontrar com o bode expiratório do nosso grande problema, eu liguei o ipod no aleatório, e adivinha quem veio me dar um hello? Mi casa ES su casa, Phil


''Take a Look At Me Now

How can I just let you walk away, just let you leave without a trace
When I stand here taking every breath with you, ooh
You're the only one who really knew me at all


How can you just walk away from me,
when all I can do is watch you leave
'Cause we've shared the laughter and the pain and even shared the tears
You're the only one who really knew me at all


So take a look at me now, who has just an empty space
And there's nothing left here to remind me,
just the memory of your face
Well take a look at me now, who has just an empty space
And you coming back to me is against the odds and that's what I've got to face


I wish I could just make you turn around,
turn around to see me cry
There's so much I need to say to you,
so many reasons why
You're the only one who really knew me at all


So take a look at me now, who has just an empty space
And there's nothing left here to remind me, just the memory of your face
Now take a look at me now, 'cause there's just an empty space


But to wait for you, is all I can do and that's what I've gotta face
Take a good look at me now, 'cause I'll still be standing here
And you coming back to me is against all odds
It's the chance I've gotta take''

sábado, 1 de maio de 2010

Olho Mágico

Antigamente eu não lá era uma grande amiga da minha porta.
Era um relacionamento conturbado, não muito sincero e baseado em 3 suspiros não tão esclarecedores.
Suspirava primeiro por um suposto conforto que me era necessário sentir.
Depois, pelo sorriso que estamparia meus traços, mesmo que este não fosse o mais verdadeiro dos sorrisos.
Chegando na terceira e pior delas, eu suspirava por minha sanidade, porque era de costume a porta me trazer visita quando eu menos precisava de amor. Afinal, quem precisa disso quando se é auto-suficiente e sozinha que nem eu?
Mas era ele que estava com os dedos em minha campainha, esperando o momento certeiro para um boicote de mestre, igualzinho a uma cobra Naja. O amor.
Que nem ela, a peçonhenta da Naja, de vez em quando eu o escutava dançar a passos leves uma melodia imaginária de flautas. E isso absolutamente acabava comigo... era perfeito demais pra que fosse real.
Meus braços e pernas vinham a semanas, meses!, sendo puxados como um ímã para perto da porta. E eu queria abri-la. Precisava abri-la. E ainda por cima, ERA REAL!
Então aconteceu da minha mente, corpo, porta e os benditos 3 suspiros me pseudo-dominarem em uma conspiração muito da bem sucedida, diga-se de passagem. Deixei os mantras, valores, cadeados e chaves perto do olho mágico para finalmente admirar com segurança aquilo que estive perdendo. E te digo que aconteceu tão rápido que eu mal aproveitei a superfície gelada da maçaneta sobre os meus dedos quentes, a muito tempo encarcerados.
Eu não olhei no olho mágico.
E naquele instante eu quis voltar atrás, me algemar no parapeito da janela e definhar até minha pobre morte. Pior que isso, eu consegui me ver no reflexo daqueles malditos olhos.
Eram eles lá, por trás da minha branca estúpida porta, e até Indiana Jones não encontraria plano B para esse infeliz momento. Eu já estava enlouquecida... e o veneno nem efeito tinha feito.
As roldanas na minha cabeça começaram a girar em sintonia com minha imaginária manivela, e bons frutos dali saíram, eu sei. Antes tarde do que nunca percebi que ao olhar pelo olho mágico a gente escolhe quem queremos ser ao abrir a porta. E não me restara alternativa a ser ‘’só eu’’, e ‘’só eu’’ nunca me pareceu proteção suficiente, ainda mais quando eu precisava de uma Hiroshima-Nagasaki da proteção. Eu precisava mesmo era que meu coração voltasse a bater.
Bom, pedi que entrasse.
Que se sentasse.
E que falasse. O que quer que o tenha feito vir me causar distúrbios.
E não, não pedi que me amasse pois sobre isso já não havia mais esperanças.
Escutei palavras surdas e mudas, completamente fora do meu padrão de compreensão. Acompanhei atônita muitas vezes o movimento de sua boca, mas não sei reproduzir as mentiras que dali saíram. Comecei seriamente a duvidar se algum dia por inteiro eu realmente, sincera e verdadeiramente, acreditei, compreendi, e principalmente entendi alguma sílaba daquela mesma conversa. E muito antes dele começar a pensar em parar, de repente, tudo ficou muito claro como névoa: Ele nunca fora o que eu achei que fosse.
E por mais tempo que me custou chegar a essa conclusão, tive uma imensa necessidade de rir da situação, coisa que eu não fazia a muito tempo por simplesmente não achar nenhuma graça no que a vida vinha fazendo comigo.
Tudo isso com certeza tirou o melhor de mim.

Mas eu ri, ri com vontade, tipo deboche mesmo, daquelas risadas se um pingo de vergonha na cara mas que tirou o peso das minhas costas. Ri da minha ingenuidade tão absurda, que mais do que nunca me pareceu certeira em seu objetivo: Me deu a mais dolorosa das lições, mas valeu a pena. E depois disso eu não conseguia mais escutar nem por um mísero segundo aquelas mentiras porcamente planejadas, ou fingiria ser capaz de evitá-las. EU SEI que não estava tatuado na minha testa ‘’o que os olhos não vêem o coração não sente. ’’ Porque eu não olhei no olho mágico, mas meu coração sentiu.
Suas mãos estavam em meus braços quando perguntou:
- O que houve?
- Comigo? – retruquei.
- É, com você. Com quem mais seria?
- Não... comigo não houve nada. - encerrei
Ele ficou lá, me encarando, e deu um sorriso pequeno como quem tem a dizer. As mãos saíram de meus braços e percorreram alguns centímetros até a minha nuca. Lá, ela ficou.
Aos poucos eu estava cada vez mais perto sem nem me dar conta de quanto tempo tinha passado desde sua última frase.
O calor dos 5 dedos ficou mais forte e ele me beijou. Tinha até gosto de coisa boa, de coisa nova, mas não me lembro de ter gostado. Não me lembro nem de como cheguei até ali, até aquele ponto. E não me lembro de ter sentido aquela sensação de transe que o olho, que era incrivelmente dourado por si só, me passava quando estava aberto. Vai ver porque estava fechado.
Mas não me lembro, mesmo.
E depois, a única coisa que não me esqueço foi de não ter olhado no olho mágico. E de não ter suspirado pelo conforto, sorriso e sanidade. Talvez eu nem tivesse aberto a porta se eu soubesse que perderia a vontade de ter comigo o dono dos olhos, mesmo que abertos ou até mesmo fechados.
Já não os quero por aqui.
Não quero precisar suspirar, planejar ou proteger. Quero ser ‘’só eu’’, ‘’auto-suficiente sozinha’’, pra que um dia eu possa achar um par de olhos absolutamente perfeitos e os quais eu não tema, não me apavore.
Porque sabe, hoje eu conto depois de tanto ter se passado, mas se de uma coisa eu lembro, o dono dos dourados nem olhou pelo meu olho mágico, mas infelizmente escolheu a pessoa errada para ser.